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21/03/2006 | Ata do COPOM Março - O BC conhecia a produção industrial ?

Modal Asset Staff

A ata do COPOM de Março não trouxe grandes novidades. Para quem esperava que o documento sinalizasse que o próximo passo seria na direção de 1% de corte, a mensagem não veio. Mas é ingênuo acreditar que qualquer indicação mais forte pudesse estar estampada claramente.

 

Pelo contrário, na hora da descrição dos votos - 6 X 3 - ficou a nítida impressão de que o texto foi escrito pelos "vencedores" e não pelos "vencidos", sobretudo quando se fala de um suposto "reconhecimento" do segundo grupo de que "os próximos passos estarão condicionados à evolução dos indicadores de inflação e suas projeções".

 

Para o grupo vencedor, a principal justificativa é a dúvida dos efeitos em relação ao "lag" de política monetária. Apesar de afirmarem ter observado uma "melhora no balanço de riscos" entre as reuniões de janeiro e março, a preferência foi pela manutenção do ritmo de corte.

 

Confessamos que temos dificuldade em entender o significado da frase: "Tal redução (0,75%), no seu entender, contribuiria para aumentar a magnitude do ajuste total a ser implementado." Já é a segunda ata que o BC usa esta expressão pouco clara. O sentido de magnitude se refere a tamanho (o que o bom português indica, mas torna a frase com menos sentido) ou à eficiência da política monetária ?  Com a palavra, o BC.

 

Mas, na nossa opinião, o trecho mais surpreendente da ata - ao qual provavelmente todos darão pouca importância - se encontra no item 6. Quando o BC descreve a produção industrial, além do seu otimismo recorrente, cita na última frase: "Para janeiro, os indicadores antecedentes e coincidentes da série sinalizam modesto crescimento na comparação mês a mês, persistindo, porém, a expansão da série de médias móveis trimestrais, em consonância com o que se espera para a atividade econômica ao longo de 2006."

 

A indagação: no dia seguinte da reunião do COPOM, o IBGE divulgou a decepcionante produção industrial de janeiro de - 1,7% em relação a dezembro e com estabilidade nas médias móveis trimestrais. É difícil crer que o COPOM tenha tomado a decisão sem o pleno conhecimento deste número, mesmo antes da divulgação ao mercado. Mas, se o BC sabia, não faz sentido escrever o que está escrito na ata. Se ele não sabia, foi surpreendido tanto como o mercado, o que é um fator positivo para a aceleração da queda de juros.

 

A ata não nos fez mudar a opinião quanto à próxima reunião do COPOM. A situação permanece muito favorável em relação à inflação (com alguns "bônus" ainda não embutidos, como potencial queda do preço dos combustíveis e valorização adicional do Real). Além disto, destaque-se o comportamento no mínimo duvidoso da atividade econômica (certamente sem risco de aquecimento). Tal combinação, lastreada por um cenário externo que deve continuar favorável, corrobora para melhorar ainda mais o balanço de riscos a favor da aceleração do afrouxamento da política monetária.

 

 

Reação do mercado:

 

A ata do COPOM com o tom próximo à neutralidade e a divulgação do CPI norte-americano melhor do que o esperado devem resultar na continuidade da recuperação dos mercados.

 

Continuamos apostando na ampliação do movimento de valorização do Real. Cabe lembrar que a volatilidade dos mercados externos fez com que a saída do BC dos leilões de swap cambial não esteja corretamente precificada.

 

No mercado de DI, continuamos posicionados na prefixação (em toda a curva), enquanto na bolsa, nossa preferência recai sobre os segmentos de mineração, papel/celulose e bancos.

 

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